Um canto para leitura e reflexão

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DISCIPULADO É ENSINAR

No Evangelho de Marcos, capítulo 9, versículos trinta e trinta e um lemos: “Depois, tendo partido dali, passavam pela Galileia, e ele não queria que ninguém o soubesse; porque ensinava a seus discípulos, e lhes dizia: o Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, que o matarão; e morto ele, depois de três dias ressurgirá”. Por este registro entendemos que Jesus evitava as multidões porque desejava ensinar mais amiúde seus discípulos. Esta prática de ensinar os discípulos em particular foi uma constante no ministério de Jesus (Mt 17.19; 24.3; Mc 4.34; 13.3; Lc 10.23).

Discipulado é ensinar. Mas, ensinar o que? No texto de Marcos 9.31 vemos que Jesus ensinava o cerne do evangelho: morte e ressurreição do cordeiro de Deus. No sermão do monte Ele fez uma releitura da lei e ensinou como um discípulo seu deve viver e ser.

Quando ensinamos, precisamos pensar no que queremos com o ensino. Não apenas uma questão de o que ensinar, mas o objetivo do ensino. Ensinar implicar em objetivar mudanças. As mudanças podem ser de três formas: cognitivas, psicomotoras e afetivas. Mesmo no aspecto cognitivo devemos esperar mudanças que sejam além do mero saber, memorizar e repetir. É preciso que o aprendiz seja capaz de refletir, interpretar e expressar. Mas, no discipulado, isto não será suficiente, pois o ensino precisa causar mudanças nas habilidades e no ser. O ensino no discipulado deve resultar não só em um homem de melhor conhecimento, mas em um melhor homem, o tipo de homem que Deus quer (Jo.15.14, 14.15, 15.7).

Há um alvo supremo no discipulado, que só alcançaremos na glória, mas que devemos buscar a todo instante: “até que todos cheguemos… ao pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). E isto se realiza na relação discipulador discípulo em que os dois são aperfeiçoados (EF 4.12) pela aplicação da Palavra de Deus através da ação do Espírito Santo. Quando Paulo usa a expressão “aperfeiçoamento dos santos” está implícito um processo artesanal e contínuo de colocar o discípulo em forma.

Paulo diz que se afadigava nesta tarefa (Cl 1.29). A palavra aqui tem o sentido de trabalho corporal exaustivo. Paulo estava na prisão em Roma, aguardando o juízo de Nero, e quase certo (como de fato o foi) de sua condenação e morte. Ele sofria naquela situação, vendo a igreja enfrentando ensinos heréticos. Sua agonia era em oração e ao mesmo tempo de não poder estar presente com os irmãos para orientá-los. Mas, ele diz que se valia de várias formas de ensino, para que homens perfeitos em Cristo fossem formados: “o qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28).

Para Paulo o propósito de seu ensino no discipulado era claramente estabelecido: “Ora, assim como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele RADICADOS E EDIFICADOS, E CONFIRMADOS NA FÉ, tal como fostes instruídos, CRESCENDO EM AÇÕES DE GRAÇAS” (Cl 2.6,7). Três metáforas definem seu propósito: RADICADOS – é a figura da floresta. É a palavra empregada para a árvore que tem suas raízes profundas na terra, de onde se sustenta e tira seus nutrientes; EDIFICADOS – é a figura da construção civil. É a palavra empregada para o edifício levantado sobre um alicerce seguro. CONFIRMADOS – é a figura jurídica. É a palavra que vem do contrato assinado, ratificado e tornado obrigatório.

Como discipulador almejo ver os discípulos do Senhor, que cuido, RADICADOS EM CRISTO. Cristo sendo o seu sustento, mas também o seu alimento. Cristo sendo o seu “pão da vida”, mas também a sua “água da vida”. Busco que Cristo seja o seu alicerce, a sua fundação. Meu alvo é que meu discipulando, passando por qualquer situação, o faça sem cair, porque está firmado no Senhor, na rocha.

Pr Gilvan Barbosa Sobrinho

CAMINHANDO JUNTOS

A expressão “caminhando juntos” encontra-se em Gênesis 22.6 e refere-se à caminhada de Abraão com seu filho Isaque rumo ao monte Moriá, aonde Isaque seria oferecido a Deus em sacrifício. Claro que o sacrifício não se concretizou, pois Deus apenas estava pondo a fé e a fidelidade de Abraão à prova.

Não se pode deixar de notar que no memento mais difícil para Abraão, em que ofereceria seu filho, seu único filho a quem amava (Gn 22.2), ele tenha andado junto a ele. O momento era igualmente difícil para Isaque, as dúvidas lhe atormentavam. Ali estavam a lenha, o cutelo e o fogo, mas cadê o cordeiro (Gn 22.7)? No momento da dúvida, da incerteza, da insegurança, caminhar ao lado do pai era alentador. Como escreveu o profeta: “um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: esforça-te” (Is 41.6).

Discipulado é isto: caminhar juntos! Andar lado a lado nos momentos de alegria e tristeza. Dividir pensamentos, crenças e vida. A frase mais usada em casamentos nada tem a ver com o rito, foi dita por uma nora a uma sogra, no momento de inteiro abandono desta: “Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus” (Rt 1.16). Não há verdade mais completa no labor discipular do que esta expressa por Rute a Noemi.

Robert E. Coleman, em seu livro “O Plano Mestre de Evangelismo”, afirma que a estratégia de Jesus no discipulado incluiu “selecionar” doze e andar com eles, o que denominou de “associação”. Estar com os discípulos era o princípio central do discipulado de Jesus. “Ele era sua própria escola e seu próprio currículo” (p. 39). Ele os selecionou “…para estarem com ele e para os enviar a pregar” (Mc. 3.14). Andar com Jesus, estar com Ele, conviver com Ele era preponderante na formação do caráter dos discípulos. Mais que “dizer a” eles, “fazer com” eles, era a estratégia.

Falhamos demasiado no processo de discipulado porque nos concentramos mais no “dizer a” do que no “fazer com”. Transformamos o discipulado em um curso de estudo bíblico. O resultado? Homens e mulheres que sabem muito do Cristianismo, mas vivem longe do Cristo. Respondem questões de conhecimento bíblico, mas não sabem como este conhecimento se aplica ao dia-a-dia da vida. Homens que seriam aprovados com nota máxima em uma seleção de conhecimento bíblico, mas que seriam reprovados como cristãos por seus familiares, vizinhos e colegas de trabalho.

O que fazer? Largar o papel e caminhar com o discipulando. Como Abraão, caminhar juntos. Como Rute, não abrir mão do outro e comungar a caminhada, a família, a fé e o Deus que seguimos e cremos.

Entenda que o mundo virtual, as redes sociais são importantes, mas não há discipulado virtual. Discipulado é vida na vida, é caminhar juntos, partilhar princípios de vida e visão de mundo.

Os discípulos de Jesus lhe pediram: “ensina-nos a orar” (Lc 11.1). Por quê? Porque viram sua vida de oração. Eles também imploraram: “aumenta-nos a fé” (Lc 17.5). Por quê? Porque o viram exercer a fé e transformar pessoas e situações. No trabalho de discipulado devemos esperar que aqueles que discipulamos para Jesus nos peçam coisas semelhantes. Paulo não esperou que os coríntios lhe pedissem, ele mesmo disse: “sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (I Co 11.1). Que os que discipulamos olhem para nós e vejam os valores espirituais que temos e os desejem ter também!

Pr Gilvan Barbosa Sobrinho

ESPALHEM CRISTÃOS!

Caminahda de oração 20

O maior desafio da igreja moderna é alcançar o mundo com o evangelho de Cristo. Esta é a ordem do Senhor (Mt 28.19,20). Estamos longe deste alvo, especialmente quando pensamos em lugarejos, povoados e ilhas espalhadas pelo mundo. Não é uma questão apenas de ter Bíblias traduzidas nos vários idiomas, mas de ter crentes espalhados por todos os lugares.

Quando Neemias terminou a construção dos muros de Jerusalém, sua constatação foi: “a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco” (Neemias 7.4). Esta é também nossa constatação em relação à obra missionária: as cidades são largas e grandes e são poucos para “habitá-las com o evangelho de Cristo”. O Senhor Jesus fez a mesma observação: “a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9.37).

Quando a perseguição chegou à igreja de Jerusalém, “os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a Palavra” (At 8.4). Crentes espalhados pelas cidades e países vizinhos foi a chave do crescimento. A questão da grande comissão não é tanto de espalhar Bíblias, mas de espalhar “os Bíblias”, os crentes. Não é uma questão de levar a mensagem, mas levar mensageiros. Uma família cristã em uma cidade ou povoado é a estratégia de Deus. Quando um salvo chega a uma comunidade, ele faz diferença e causa impacto nas vidas das pessoas.

O evangelho é gente salva, ganhando gente, discipulando gente. Evangelho é gente. Evangelho é gente em movimento; é gente indo, pregando, ensinando, salvando, batizando, discipulando, mas é gente. Muitos crentes não gostam desta ideia, porque preferem contribuir para que alguém vá. Muitos querem o evangelho do conforto: eu fico, você vai; eu mando bíblias, folhetos, materiais…, mas fico… não vou… não me envolvo.

Vejo Neemias preocupado com uma cidade vazia de gente para cuidar. Vejo o Senhor Jesus nos mandando ir e ir a todos os lugares. Não o vejo mandando ficar. Não o vejo mandando enviar a Palavra, mas, sim, o pregador da Palavra. Quando alguém foi e os convidados não quiseram aceitar o convite, ele mandou que voltassem e fossem aos becos e valados para encontrar gente que aceitasse o convite. Gente! Gente que obedece e vai. Gente que é encontrado, e obedece e crê. Gente que acha gente.

O evangelho é você! Quem tem que ser espalhado, levado aos quatro cantos do mundo, é você. “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Quem é nascido do Espírito vive para seguir a direção do Espírito. Por isto mesmo Pedro disse que somos peregrinos e forasteiros nesta terra (I Pe 2.11). Não temos direção, nem paradeiro certo, o Espírito é quem nos guia.

Espelhemos crentes pelas cidades, especialmente nos bairros sem igrejas. Espalhemos crentes pelos povoados. Espalhemo-nos para salvar vidas, enquanto é tempo.

 Pr Gilvan Barbosa

Avaliação, para quê?

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Ao longo de minha vida como pastor tenho aprendido que é importante avaliar o ministério da igreja. Assim como os crentes bereanos avaliaram as pregações de Paulo para ver se estavam de acordo com as escritura, precisamos aprender a avaliar as ações da igreja em uma comunidade. E falo de avaliação escrita, não apenas expressão de sentimentos verbais.

Avaliar algo é apreciar seu valor. O dicionário online Michaelis diz que avaliar é “calcular ou determinar o valor, o preço ou o merecimento de. Reconhecer a grandeza, a intensidade, a força de”. Quando, por exemplo, o Senhor concluiu sua criação e disse “eis que era muito bom” (Gn 1.31), estava ali sua apreciação, sal avaliação da obra feita e concluída.

Jesus certa vez disse a seus discípulos que alguém que vai construir uma torre deve primeiro calcular se tem condições de concluí-la, para que a iniciando não a deixe pela metade e sirva de zombaria para os demais. Ele também falou que um rei que vai à guerra com dez mil guerreiros contra outro rei que vem ao seu encontro com vinte mil, precisa avaliar as condições desta batalha, ou então pedir condições de paz ao inimigo (Lc 14.28-32). Nestas duas parábolas Jesus nos dá preciosas lições sobre o processo de avaliação.

Quando avaliamos estamos pensando em nossos recursos, bem como em nossas estratégias. Nosso objetivo não precisa mudar, ele é a razão de nossa organização, mas os recursos para que o objetivo seja alcançado precisam ser avaliados. Igualmente nossas estratégias de ação. Se vamos a uma batalha com dez mil soldados, contra alguém que tem o dobro, só venceremos se nossas estratégias de luta forem surpreendentes. Como igreja, temos o objetivo de adorar a Deus e fazer com que esta adoração alcance os que ainda não são conhecedores do evangelho de Cristo. Este é nosso objetivo primário. Esta é a razão de nossa existência como igreja. Para concretizar este objetivo, necessário se faz avaliar os recursos que temos, bem como as estratégias utilizadas em sua consecução.

Algumas perguntas podem nos ajudar no processo de avaliação. Os recursos que temos – materiais, humanos, financeiros e espirituais – são suficientes para funcionarmos bem como igreja e avançarmos com a proclamação do evangelho? Claro que, quando tratamos de igreja, estamos sempre aquém em termos de recursos. Todavia, é preciso saber a razão e buscar alternativas para que os recursos não faltem e a obra não seja prejudicada. Podemos ainda perguntar: as estratégias que estamos adotando na proclamação do evangelho são bíblicas, estão contextualizadas e são relevantes ao homem moderno? Uma estratégia usada para proclamação do evangelho no século XIX dificilmente será relevante ao homem do século XXI. Uma estratégia pode ser relevante em uma comunidade e completamente inútil em outra. É preciso conhecer o público alvo, a população onde a igreja está inserida, para definirmos as estratégias de ação. O evangelho não muda, o alvo de salvar o homem também não, mas a forma de apresentá-lo a este homem, sim.

Às vezes, o “pedir condições de paz”, é um tempo necessário para refazer as forças, alocar recursos, definir estratégias, para que a batalha seja finalmente vencida. Assim sendo, no processo de avaliação, não estamos avaliando pessoas, mas suas ações e (in)eficiência para dada função. Avaliar não é criticar. A avaliação busca o diagnóstico da situação, as razões desta, e a tomada de providências para que ela seja mudada e adequada ao objetivo principal da instituição (igreja). Pode ser que alguém não seja adequado a uma função, ou simplesmente que necessite de treinamento para exercê-la, como o guerreiro precisa de treinamento para ir à batalha, especialmente se vai combater contra o dobro de inimigos. Treinar liderança adequadamente é fundamental no processo de avaliação.

Avaliar é salutar. Paulo disse que se nós nos avaliássemos a nós mesmos, não haveria necessidade de sermos avaliados pelos outros (I Co 11.31). Todavia, é bom lembrar que avaliação precisa, exata, o Senhor faz de todos nós. Ele passa com o prumo no meio de seu povo para ver a construção que estamos fazendo (Am 7.7,8). Ele nos pesa na balança, e esperamos que não sejamos achados em falta (Dn 5.27). Ele nos perscruta com seus olhos que tudo veem (Ap 5.6).

Que a avaliação que fazemos de nós mesmos seja uma forma de melhorarmos na avaliação do Senhor nosso Deus!

Pr. Gilvan Barbosa

Como Pastores Feridos podem encontrar a cura

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Por Charles Stone

Feridas. Uma condição deste lado do céu que todos teremos de enfrentar de vez em quando. Pastores não são imunes.

Eu tenho sido ferido, e você provavelmente tenha sido também. Se você está ferido agora por causa do que alguém em sua igreja ou de uma, o que você deve fazer?

Considere estas cinco escolhas críticas que podem ajudá-lo a lidar com sua dor.

1. Reconheça sua resposta comportamental básica quando você é ameaçado

Deus fez os nossos cérebros para agir rapidamente quando nos sentimos ameaçados. Quando nos sentimos diante do perigo ou ameaça nossos neurônios nos permitem responder rapidamente. Apesar de serem rápidos a responder, eles não diferenciam muito bem entre um tigre de verdade na floresta (perigo real quando precisamos correr para não sermos comidos) e um tigre de papel (alguém em sua igreja que disse algo doloroso para você).

Aqui estão as quatro respostas básicas que podemos apresentar diante da dor. Quando nos tornamos conscientes de qual é a nossa reação predominante, podemos então nos tornar mais pró-ativos.

Luta: Nós reagimos, ficamos na defensiva, gritamos, nos recusamos a ceder.

Fuga: Cortamos fisicamente ou emocionalmente a nós mesmos, nos tornamos passivos-agressivos, paramos de falar, desligamos.

Congelar: Não tomamos qualquer posição, ficamos neutros e não fazemos nada quando deveríamos fazer alguma coisa.

Apaziguar: Tentamos manter a paz a qualquer preço, comprometemos nossas convicções, mesmo que a pessoa a continue em seu comportamento prejudicial.

2. Aja com amor

Jesus disse em Lucas 6.27 que devemos amar nossos inimigos. A palavra amor é a palavra ágape, um amor que não se baseia nos méritos da outra pessoa.

Este amor não é algo que acontece com você (ou seja, como alguém que “cai” no amor). Pelo contrário, o amor ágape é uma escolha de nossa vontade à superintendência do Espírito Santo, que nos permite amar o agressor mesmo quando não sentimos isto.

É um “agir como se” tipo de amor.

3. Guarde sua língua

Quando alguém nos machuca, é fácil perder o controle sobre o que dizemos em troca. Jesus diz em Lucas 6.28 que devemos abençoar os que nos maldizem.

Abençoar é o oposto de amaldiçoar. Usamos nossas palavras de maneira que honre a Deus, em vez de sermos vingativos.

4. Deseje o melhor para o seu ofensor

Mais uma vez em Lucas 6, Jesus faz algumas declarações surpreendentes sobre como devemos tratar aqueles que nos feriram: Virar a outra face, abençoá-los, orar por eles.

Quando Jesus faz estas declarações ele não proibiu a autodefesa. Isto também não significa que devemos orar para que o nosso inimigo continue em suas formas prejudiciais. Pelo contrário, Ele está dizendo que quando oramos, oramos para o melhor de Deus para essa pessoa. Muitas vezes a sua maior necessidade é para o verdadeiro arrependimento, para que possam experimentar o perdão de Deus.

John Piper adequadamente explica o que significa orar e desejar o melhor para os nossos ofensores:

“Oração para os seus inimigos é uma das formas mais profundas de amor, porque isso significa que você quer que algo de bom aconteça com eles. Você pode fazer coisas boas para o seu inimigo, sem qualquer desejo genuíno de que as coisas vão bem com eles. Mas, a oração por eles é na presença de Deus, que conhece o seu coração e em oração você está intercedendo a Deus com seu nome. Pode ser para a sua conversão. Pode ser para o seu arrependimento. Pode ser que eles sejam despertados para a inimizade que há em seus corações. Pode ser que eles vão ser parados em sua espiral descendente de pecado, mesmo que leve doença ou calamidade para fazê-lo. Mas a oração que Jesus tem em mente aqui é sempre para o bem deles”.

5. Incline-se para Jesus

Os mandamentos de Jesus em Lucas 6 podem parecer declarações sem sentido. Se você foi profundamente magoado, estas primeiras quatro opções são impossíveis de se realizarem somente por sua força de vontade. É preciso ter força sobrenatural para responder de uma forma piedosa para aqueles que nos magoam profundamente. Quando nos inclinamos para Jesus e respondemos adequadamente a tal mágoa, agimos mais como Deus.

Quando nos inclinamos para Ele, o Espírito Santo nos dará a força que precisamos para não ceder às nossas respostas padrões. Ao contrário, Ele nos dará a sabedoria, resistência e força para responder ao nosso ofensor de forma que honre a Deus.

Fonte: http://www.churchleaders.com/pastors/pastor-articles/174927-charles-stone-wounded-pastors-find-healing.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=clpastors_newsletter&utm_content=6/11/2014+4:02:11+PM. Tradução livre.

 

DANÇA NO CULTO

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Por Rolando de Nassau

(Dedicado à leitora Eneida Soares Ribeiro, do Rio de Janeiro, RJ)

“For you and I are past our dancing days” (Shakespeare)

“Um erro não se torna verdade por muitos o aceitarem,e nem uma verdade se torna erro por poucos a seguirem” (Gandhi)

Algumas passagens da Bíblia referem-se à dança. São comentadas a seguir:

1. Êxodo 15.20 – Se Miriã, irmã de Arão, seguida de mulheres, dançou (dependendo da tradução), deu o exemplo, pois, alguns dias depois, o povo dançou diante do bezerro de ouro feito por Arão. Indignado, Moisés, vendo o bezerro de ouro e as danças, arremessou as tábuas da lei, queimou o ídolo e ordenou aos levitas a matança dos idólatras (Êxodo 32.1-35).

2. Juízes 11.34 – Tendo Jefté vencido os amonitas, sua filha saiu-he ao encontro com danças. Se ela dançou (dependendo da tradução), não foi no culto.

3. I Samuel 18.6, 7 – As mulheres cantaram e dançaram (dependendo da tradução) diante do rei Saul, por ocasião do retorno triunfal de Davi, mas não foi durante um culto.

4. II Samuel 6.14, 15 – O rei Davi levou a Arca para uma tenda em Jerusalém, e dançou acrobaticamente, dando enormes saltos, mas não foi no culto. Entrando a Arca em Jerusalém, Mical, filha de Saul, vendo as cambalhotas do rei Davi, o desprezou, por ter se portado como um simples acrobata (II Samuel 6.16 e I Crônicas 15.29).

5. Salmos 149.3 e 150.4 – O salmista ordena que o povo louve o nome de Deus “com danças”, mas não no templo e durante o culto. A tradução mais adequada ao contexto musical (louvor com canto e música instrumental) seria “com flauta” (Ver Tradução de Almeida – Revista e Corrigida).

6. Lucas 15.25 – Numa parábola, Jesus, contando a estória do filho pródigo, notou que o filho mais velho, ao voltar para casa, ouviu a música de dança, mas não no templo e durante o culto.

Diferentemente da arte musical, cultivada desde os primórdios (Gn 4.21), as artes plásticas (desenho, pintura, escultura) são taxativamente condenadas no Decálogo (Êx 20.4), quanto ao seu uso religioso. A igreja primitiva colocou os cristãos em guarda contra os prazeres mundanos, mas houve quem animasse suas festas com danças, alegando que era “para honrar a Deus”.

Durante a Idade Média, houve a dança ritual no templo. No século 17, começou a desenvolver-se a coreografia. Jean Boiseul, em 1606, confessou-se assustado ante o fato de que se pretendia “introduzir a dança nas igrejas”.

A dança volta a rondar as portas dos templos evangélicos. Como se não bastasse, a profanidade da música instrumental, a sensualidade da dança conspurca a reverência do culto. A coreografia distrai a atenção da congregação. Vendo as evoluções dos que dançam, diminui o interesse da congregação em ouvir a mensagem pastoral. Se o culto se transforma num “show”, torna-se secundária a pregação.

Por que o canto coral e a pregação estão perdendo sua antiga importância? Vivemos na era do espetáculo e do entretenimento.

Até a década de 90, as denominações evangélicas no Brasil conseguiram manter afastadas de seus filiados as artes mundanas. Alguns crentes, não suportando a sã doutrina denominacional, procuraram introduzir a dança em suas igrejas (II Tm 4.3, 4).

Recentemente, lemos reportagem sobre projeto coreográfico que vem sendo desenvolvido desde 2008, com a participação de milhares de pessoas, representando dezenas de igrejas evangélicas.O propósito declarado dos promotores dos eventos é apresentar diferentes modalidades de técnicas coreográficas: balé (forma de dança teatral com uma técnica codificada desde o século 17), dança moderna(dança de concerto), dança contemporânea (praticada depois de 1950),“street dance” (“jazz” dos EUA no princípio do século 20; “hip hop” de New York, em meados desse século; “krumping” de Los Angeles na década de 80). Nada impede que os dançarinos evangélicos sejam influenciados pela “free dance” de Ruth St. Denis (1879-1968), que propôs um estilo de dança religiosa a ser adotado por cristãos e não cristãos.

 O que seriamente nos preocupa é que esses aficionados da dança pretendem apresentá-la nos templos, durante cultos de adoração. A princípio, em salas de espetáculo; depois, nos templos evangélicos! (Ezequiel 8.6). Querem que a arte da adoração fique a serviço da arte da dança!

Fonte: O Jornal Batista de 4/5/2014, p. 3

Depoimento: mantendo o foco missionário

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Há muitos motivos para a perda do foco missionário da igreja hodierna, mas o principal é a perda do sentido de ser igreja. Neste mundo pós-moderno, mundo da busca da felicidade, do entretenimento desenfreado, a igreja adaptou-se. Perdeu o sentido de “um grupo em missão” para “um grupo em reunião”. Com isto entramos na igreja da “rede”, que existe virtualmente, como muito da vida moderna. Comunicamo-nos por e-mail, redes sociais, mas não convivemos, não dividimos dores, alegrias e sonhos. Passamos a ser estranhos que dizem se conhecer e que se intitulam de irmãos. Quando Jesus fundou sua igreja, Ele o fez para que ela fosse para a Sua glória e esta glória retratada no exercício de uma missão, e esta iniciada por Ele. Somos um povo em missão, e esta é resgatar das trevas e trazer para a luz, aqueles que Deus amou e ama.

Claro que, no mundo de relativismo que vivemos, os conceitos vão também se perdendo, se relativizando. Assim como o conceito de igreja diluiu-se, também o de missões. Só para ilustrar o que estou tentando dizer: ganhamos uma Van para a obra missionária. Estabelecemos como critério básico de uso deste veículo a regra de que ele servirá a obra missionária. Recebemos o telefonema de um líder de um grupo musical solicitando que lhe cedêssemos a Van para o lançamento do CD do grupo em um estado vizinho ao nosso, e a justificativa para o pedido é que isso era missões. Em nosso conceito isto não é missões, pode ser algo acessório, mas não é missões. É incrível como tanta coisa hoje se denomina “missões” e não tem como foco principal partilhar as Boas-Novas da salvação em Cristo!

Entendo que este foco foi perdido quando perdemos o conceito de igreja e de missões. Com isto passamos a pensar mais em nós mesmos, no grupo que se diz igreja, do que naqueles que não são parte do aprisco do Senhor. A maior parte dos recursos financeiros arrecadados pelas igrejas de Cristo está sendo investida no conforto e bem estar das “ovelhas que estão no aprisco”. Por quê? Porque o conceito de igreja voltou-se para dentro e o de missões perdeu o sentido de ir. Preferimos investir milhões em mega templos, onde se reúnem milhares que não se conhecem, que não sabem por que ou para que estão ali, do que pensar nas ovelhas desgarradas, que vagam como quem não tem pastor (de fato não têm).

A parábola do “bom” samaritano nunca foi tão verdadeira! Estamos mais preocupados em não nos contaminarmos do que em estender a mão. Estender a mão e envolver-se com o outro dá trabalho, implica em parar a agenda e meter a mão no bolso para arcar com despesas não orçadas e que não são minhas, nem da minha família. A igreja virtual ou a mega igreja finge resolver este problema, pois me leva a fingir que contribuo, que me importo, mas de fato não envolve meu coração, nem minha alma. É um “me dou à distância”.

Estas perguntas de “como” sempre passam a ideia de que algo se resolve com tantos passos, como algo simples. Este não é um quadro simples de ser revertido, se é que é possível. Mas, creio que podemos começar uma nova caminhada investindo corretamente naqueles que lideram e hão de liderar as igrejas. Estamos formando mais homens do discurso do que das ruas. Estamos fazendo mais homens de comando do que servos. Lemos e discutimos muito sobre líderes servos, mas na prática eles são raros. Como escreveu Waylon Moore “a igreja é o que é seu pastor”, erramos na formação e multiplicamos o erro na visão do ser igreja. Pastores do discurso erguem igrejas do discurso. Pastores das ruas, dos “becos e valados”, erguerão igrejas das ruas, dos “becos e valados”.

Urge também investir em treinamento de liderança, leigos que saibam cuidar e proclamar. Enquanto elitizamos o evangelho, deixando que seja produto de uma classe intelectualizada, a Reforma buscou fazer “o evangelho do povo”. Leigos pregando, evangelizando, partilhando a salvação é a igreja cumprindo seu papel como projetado pelo Senhor.

Precisamos deixar o foco do Velho Testamento, o templo e o sacerdote, para vivenciarmos o foco do Novo testamento, “Cristo em todos”. Cada crente um ministro, cada lar uma igreja.

Estou como pastor da Primeira Igreja Batista em Teresina há cinco anos. Quando chegamos, a igreja havia saído de uma grande divisão. Precisávamos decidir o rumo, o foco a ser seguido. Com tantas necessidades, esta não era uma decisão fácil. Como eu havia escrito uma carta à igreja, antes de aceitar o convite, dizendo de minha visão pessoal de pastor e de igreja, e esta carta foi votada em assembleia, facilitou a definição de nosso foco. “Ser uma igreja agradecida, vibrante e missionária” foi nossa definição de visão. Em um Estado, à época, com 86 cidades sem a presença Batista, sendo o menos evangélico do Brasil, priorizamos abrir igrejas nas cidades sem a presença Batista. A maioria absoluta destas cidades tem menos de cinco mil habitantes e menos de 5% de evangélicos.

Com a definição do foco, passamos a orar e esperar de Deus a indicação para onde iríamos, pois não definimos a área do Estado para nossa atuação. Só para você ter uma ideia, temos uma congregação no extremo sul do Estado, a 703 km de Teresina, e outra a 284 km, no norte do Estado. A última congregação que abrimos, esta a 284 quilômetros de Teresina, foi iniciada em parceria com uma igreja do Maranhão, em setembro do ano passado. Iniciamos aquela congregação, porque recebemos o telefonema da liderança da igreja dizendo que eles tinham uma obreira em formação, que precisava da experiência prática de liderar um trabalho, e eles estavam dispostos a pagar o aluguel de uma casa para início de uma congregação. Perguntaram se aceitávamos cuidar da congregação. Respondemos que sim, desde que fosse dentro do perfil que temos seguido: uma cidade sem a presença Batista. Eles aceitaram. Passamos o desafio a um missionário nosso, que dirige uma congregação naquela região, a 93 Km da cidade alvo. Tudo acertado, alugamos a casa onde a obreira residiria e funcionaria a congregação, marcamos a data de início, levamos uma equipe para um impacto… ali está a congregação com três membros (estes foram ganhos e batizados) e cerca de quinze congregados.

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Cada congregação iniciada tem uma história da ação de Deus. Não estamos indo a uma cidade por causa de crentes de outras igrejas ou porque alguém de nossa igreja mudou-se e não queremos perdê-lo para a igreja da cidade. Estamos indo às cidades sem a presença batista para ganhar pessoas que estão sem Cristo. O plano é simples: oramos, esperamos Deus indicar uma cidade, alugamos uma casa, enviamos uma família para morar na casa, que também se torna o templo (com placa e tudo), apoiamos com ações de impacto, treinamentos e material. Nestes cinco anos foram quinze congregações iniciadas. Também elas não são somente nossas, são da Junta de Missões Nacionais, da Convenção Batista Piauiense, da Convenção Meio Norte do Brasil, da PIB de Vitória, da SIB do Plano Piloto, da Igreja Batista Emanuel, da PIB em Castelo do Piauí, da PIB de Campo Maior (PI), da Igreja Batista Jardim das Oliveiras (DF), da PIB de Gilbués (PI), da Igreja Batista Memorial de Timon (Ma), da Missão Internacional da Esperança (IMHOPE) e de muitos irmãos que contribuem para o sustento desta obra. Há congregações em que alguns batizados são membros de nossa igreja, e outros da igreja parceira.

Deus tem nos abençoado grandemente! Nunca deixamos de entregar o Plano Cooperativo e nunca deixamos de levantar as ofertas missionárias da denominação. Não fazemos isto porque temos dinheiro. Uma igreja com uma média de dízimos de quarenta mil reais não pode fazer missões confiada em recursos financeiros. Priorizamos a obra missionária porque entendemos que é a ordem de Deus para Sua igreja.

Nestes últimos cinco anos construímos 4 templos, reformamos outros dois, compramos 6 terrenos, ganhamos uma Van, mandamos fabricar um consultório dentário sobre rodas (um trailer odontológico), ganhamos 3 motos, estamos reformando o templo da sede e o centro de retiros da igreja. Iniciamos um projeto social e missionário para alcançar as crianças de 4 a 14 anos, a chamada janela 4/14. Hoje atendemos mais de 100 crianças em três de nossas congregações. Nosso alvo é implantar o projeto em todas as nossas congregações. Temos uma equipe de 9 missionários cuidando de 14 congregações, das quais 10 são no interior. Isto significa que algumas congregações já estão se multiplicando, abrindo outras congregações.

O que conselho que dou, dou a mim mesmo:

Não espere recursos para abrir igrejas.

Procure e espere uma determinação de Deus. Obedeça!

Viva a experiência de uma igreja de ministros de Deus que estão envolvidos em uma grande missão, e ministros envolvidos em uma grande missão não têm tempo para os negócios desta vida, apenas procuram agradar àquele que os arregimentou para a missão.

Saia para ganhar almas e compartilhe com a igreja e experiência.

Deixe os novos convertidos compartilharem com a igreja a experiência da salvação em Cristo.

Não tenha medo de avançar. Aquele que deixou toda a glória no céu e desceu à terra em uma missão de resgate não lhe deixará sem recursos e direção.

Quando estiver no conforto de seu templo, estudando ou pregando a Palavra, pense naqueles que não possuem templo, largados, como ovelhas errantes sem pastor, sem Bíblia, sem esperança, escravos do pecado e com destino à perdição eterna. É justo que se destinem à perdição sem ao menos serem avisados? Todo ser humano tem o direito de ouvir o evangelho. E, se Deus deixou toda a sua glória no céu, e experimentou todo tipo de sofrimento para salvar estas vidas, não há sofrimento grande demais para mim ou para você no cumprimento desta missão.

Pr Gilvan Barbosa

Fonte: Depoimento publicado na Revista “A Pátria para Cristo”, no. 264, p. 30-32

 

 

 

 

O INIMIGO INVISÍVEL

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No dia 26 de abril de 2011 o mundo lembrou os vinte e cinco anos do maior acidente nuclear da história da humanidade: a explosão do reator da usina nuclear de Chernobyl. Em uma entrevista à rádio Jovem Pan o físico brasileiro José Goldemberg disse: “ninguém sabia o que fazer, pois era lidar com um inimigo invisível”. Segundo estimativas da ONU 4.000 pessoas morreram após a tragédia, mas a Comissão Nacional para Proteção contra Radiação da Ucrânia aponta o número de 500.000 mortos.

Ao ouvir a entrevista, fiquei pensando nas palavras de Paulo à igreja de Éfeso: “Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas” (Ef 6.12). Temos um inimigo invisível. Se Chernobyl ceifou 500 mil vidas, nosso inimigo tem levado milhões e milhões. Infelizmente não temos nos apercebido disto. Continuamos frenqüentando os templos como se estivéssemos lidando com algo concreto, visível, humano. Achamos que nossos planejamentos estratégicos, nossas programações resolverão o problema. Paulo nos diz que isto é engano, e recomenda que usemos as armas, as ferramentas certas: “Por isso peguem agora a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar” (Ef 6.13). Entre as peças desta armadura divina o apóstolo menciona a Palavra de Deus (Ef 6.17), a Oração (Ef 6.18) e a fé em Cristo Jesus (Ef 6.16).

Tendo na memória Chernobyl e agora, mais recentemente, Fukushima, no Japão, onde mais vidas foram dizimadas, como disse Goldemberg, pelo inimigo invisível, não posso esquecer as vidas ceifadas, em nossos lares, por aquele que domina “completamente este mundo de escuridão” (Ef 6.12). Se você parar um pouco e olhar sua trajetória cristã, poderá fazer uma longa lista de filhos de crentes que, outrora, viveram em nossos templos vibrando, pregando, louvando, e hoje foram vencidos pelo “inimigo invisível”. Isto não lhe comove? E o que dizer de maridos e esposas que também foram ficando pelo caminho? Já não estão conosco. Deixaram a trincheira da batalha. Foram vencidos. Você pode apresentar várias justificativas e explicações, mas só uma é biblicamente correta: não estamos lutando com as armas divinas. Estamos lutando com nossas próprias forças e armas, que são facilmente vencidas.

Quero convocá-lo a uma intensa campanha de oração pelas famílias da igreja. Queremos colocá-las sob a proteção de Deus, mas também resgatar do domínio do inimigo os filhos, esposos e esposas que foram feridos na batalha. A guerra não terminou, ainda é tempo para salvar os que foram levados. Faça um compromisso de levar toda a sua família aos cultos e à EBD. Empenhe-se conosco nesta batalha.

Pr Gilvan Barbosa

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“NÃO VOS DESVIEIS”

Como é fácil nos desviarmos neste mundo! Ele é cheio de distrações, superficialidades, futilidades, encantamentos e desencantos. Facilmente esquecemos o foco da vida e deixamos de fazer daquilo que é principal a coisa principal. Quantos desvios por banalidades, distrações, entretenimentos e prazeres instantâneos! Quanto tempo perdido por nada!

Em I Samuel 12.21, Samuel adverte o povo: “não vos desvieis; porquanto seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque são vãs”. O que Samuel queria era que o povo permanecesse fiel a Deus e à Sua Palavra, e não se desviasse, envolvendo-se com coisas vãs, coisas sem proveito, que para nada servem e também não o livraria em tempo de juízo. Recomendação semelhante é feita por Josué a este mesmo povo, quando entrou na terra prometida e a possuiu: “Porque se de algum modo vos desviardes, e vos apegardes ao resto destas nações que ainda ficam entre vós, e com elas contrairdes matrimônio, e entrardes a elas, e elas a vós, sabei com certeza que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós; porém elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos, até que pereçais desta boa terra que o Senhor vosso Deus vos deu (Js 23.12,13).

Escrevendo ao jovem pastor Timóteo, Paulo recomenda que não se desvie do dom recebido de Deus, dando ouvido a “fábulas profanas” (I Tm 4.6,7). Paulo também diz que uma das características deste mundo secularizado é o desvio da verdade e o envolver-se com fábulas, contos, distrações (II Tm 4.4). É assim que vive o mundo de hoje, desviado da verdade e perdido em distrações, contos e fábulas. As igrejas estão cheias de crentes desviados, longe da verdade, envolvidos com distrações e entretenimento. Até os cultos tornaram-se centro de entretenimento. As pregações tornaram-se contos, histórias, momento de conduzir a plateia a esquecer dos males da vida… uma verdadeira terapia de grupo… em alguns casos, um picadeiro.

É hora de repetirmos uns aos outros, olho no olho, o alerta de Samuel: “não vos desvieis”. E quando falarmos, não esquecer que desviar será sempre de alguém e de algo. O que Satanás deseja é nos distrair, nos envolver com futilidades, de tal modo que esqueçamos “de quem” somos e “para que” somos. O alerta de Josué e Samuel era neste sentido. No Novo Testamento Pedro deixa isto ainda mais patente: “mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pd 2.9).

Duas coisas, das quais você não pode se desviar: do Senhor e da missão que Ele lhe deu. Faça do Senhor seu único Deus, ame-o com todo o seu coração, força, alma e bens. Priorize a obra do Senhor. Sua missão neste mundo é anunciar as grandezas daquele que lhe chamou das trevas e da perdição, para sua maravilhosa luz e salvação. O Senhor e sua obra de salvação, eis as duas prioridades de sua vida. Não se desvie do Senhor! Não se desvie da obra do Senhor!

Pr Gilvan Barbosa

Para o que você vive?

Para o que vc vive

 

No último sábado, 9/9, Champignon, 35 anos, ex-baixista da banda Charlie Brown Jr, suicidou-se com um tiro na boca. No dia 6/3 deste ano, Chorão, 42 anos, ex-vocalista da mesma banda, morreu de overdose de cocaína. No dia 5/5 passado, Peu Sousa, 35 anos, ex-guitarrista, enforcou-se. Esta lista pode ser quase interminável, passando por Amy Winehouse, 27 anos, Cássia Eller, 39 anos, Cazuza, 32 anos, Renato Russo, 36 anos, Michael Jackson, 50 anos… Todos ídolos da juventude. Todos mortos de forma trágica. Quase todos envolvidos com álcool e drogas.

Cazuza resumiu bem a realidade de todos eles ao escrever e cantar: “meus heróis morreram de overdose”. E na mesma música suplica: “Ideologia! Eu quero uma pra viver”. Ídolos sem ideologia. Ídolos sem direção certa. Ídolos sem limites. Ídolos dominados pelo álcool, sexo e drogas. Se a juventude vai segui-los e imitá-los, o que esperar do futuro?

Quando olho a indagação que dá base a este texto, penso que os ídolos da juventude vivem para morrer. Você vai me dizer: “pastor, todos vivemos para morrer”. É fato. Mas, não me refiro a este tipo de morte, e sim à escolha deliberada em morrer. Quando alguém diz: “leve seu filho à igreja e não irá buscá-lo em um presídio”, não significa que aqueles que levam seus filhos à igreja não os verão cometendo erros e sendo presos. O que se está dizendo com a afirmativa é que a probabilidade de um filho levado à igreja ser preso é muito menor do que de um filho que vive envolvido em maus caminhos. O que quero dizer com “os ídolos da juventude vivem para morrer” é exatamente isto. Eles estão escolhendo caminhos que são caminhos de morte. O sábio escreveu: “há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte” (Pv 14.12). Os ídolos da juventude estão escolhendo o caminho da morte. Eles vivem para morrer.

A verdade inexorável das escrituras sagradas é que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Quando alguém escolhe viver pelo pecado e para o pecado, está escolhendo a morte. Muitos estão sendo enganados pela aparência: aparência de felicidade, de sucesso, de fama, de poder… é o pecado disfarçado, revestido de ilusão. Não se engane pela aparência. Há uma expressão em Provérbios 23.31,32 que mostra o perigo de se deixar levar pela aparência: “Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará”. Parafraseio: “Não se iluda quando o pecado resplandecer diante de você com aparência de felicidade e sucesso, no fim morderá como a cobra e lhe tirará a vida”.

Para o que você vive? Responda: vivo para a glória de Deus. Mas… VIVA MESMO.

 

Pr Gilvan Barbosa

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