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ATRAÇÃO FATAL

O canto da sereia

A lenda das sereias, seres mitológicos, metade mulher, metade peixe, diz que estas habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Elas eram lindas e seu canto, encantador. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para que estes colidissem com os rochedos e afundassem. O Canto das sereias era uma atração fatal.

Na igreja de Tiatira o canto fatal provinha de uma mulher chamada Jezabel, que se dizia profetisa. Ela propunha aos membros um evangelho light, sem muitas exigências e sem confronto com os costumes sociais da época. Ela seduzia os crentes a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos (Ap 2.20). Este tipo de ensino era um canto atrativo, mas o fim era fatal: “Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela; e ferirei de morte a seus filhos” (Ap 2.22,23). Assim como o canto das sereias levava os navios de encontros às rochas com a consequente morte de suas tripulações, o canto de Jezabel levava os crentes de Tiatira a experimentarem o juízo de Deus.

O mundo ao nosso redor é um “canto de sereia”. Somos atraídos por seus encantos e propostas. Tiago nos adverte: não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). A palavra amizade, usada por Tiago, é “philia” no grego, que muitas vezes é traduzida por “amor” no Novo Testamento. O sentido do amor “philia” é de uma ligação emocional ou uma afeição. “Philia” é um tipo de amor onde existe um forte impulso emocional. A amizade com o mundo é um afeto, uma ligação emocional com o mundo. Não é uma afeição casual, mas um profundo e íntimo desejo de se envolver com o mundo. É uma queda de amor para o mundo e seus valores. “Philia”, neste texto, não é uma referência a uma queda, o ceder à tentação em dado momento, mas um estilo que vida que absorve a amizade, que nos faz enamorados, que nos leva a flertar com as coisas do mundo. Este flerte, este namoro com o mundo era o ensino de Jazabel em Tiatira.

Algumas indagações podem nos ajudar a avaliar nosso envolvimento com o mundo, nosso flerte com os valores desta sociedade: Quando oferecemos a Deus um culto de gratidão por um aniversário, formatura, casamento, etc, e depois, na recepção servimos bebida alcoólica, estamos querendo agradar a Deus ou ao mundo?  Quando frequentamos ambientes que sabemos serem de valores que ferem nossas crenças, o fazemos com o intuito de agradar a quem? Quando omitimos nossas crenças em situações que sabemos poderemos ter prejuízo financeiro ou social, nossa omissão tem que finalidade, nossa exaltação pessoal ou a exaltação do Senhor? Perguntas semelhantes poderão ajudar na avaliação de nossos compromissos, mas uma pode colocar limites e definir os rumos: “em meu lugar, o que faria Jesus?”

Tiago alerta que a amizade com o mundo é uma declaração de guerra a Deus. Quem assim o faz declara-se, constitui-se inimigo de Deus. O juízo de Deus sobre estes já está declarado: “Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela… e ferirei de morte a seus filhos” (Ap 2.22,23). Amor ao mundo e flerte com seus padrões, eis uma atração fatal!

Não contribua para a edificação de uma igreja que se encanta com o mundo!

Pr. Gilvan Barbosa Sobrinho

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