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QUEM TERÁ COMPAIXÃO?

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Nesta quinta-feira, 27/6, enquanto viajava para Santa Cruz dos Milagres, Hugo Napoleão e Santo Antonio dos Milagres, a fim de levar gêneros alimentícios e outros equipamentos para apoio à TRANS, não pude deixar de pensar em situações como esta da foto, e de indagar sobre nossa responsabilidade cristã. O pai chega a casa com o pequeno filho nos braços, em uma situação de extrema pobreza e isolamento. Aqui se alguém adoece precisa contar com a bondade de outro que passe de carro para conduzi-lo à cidade mais próxima. Escola? Que escola?! Passeio no shopping… O que é isso? Assisti um culto na igreja… Que igreja? É assim que vivem, segundo dados estatísticos, 34% dos piauienses. QUEM TERÁ COMPAIXÃO?

Aglomeramo-nos em mega templos nas cidades, investimos em seminários e cursos, montando estratégias para atrair mais gente, e os excluídos da sociedade ficam excluídos das igrejas e morrem sem esperança de salvação. Quem irá até eles? Quem investirá para que alguém saia de aldeia em aldeia, de povoado em povoado levando o evangelho, como fazia nosso Salvador (Mt 9.35; Mc 6.6)? Não nos move o coração ver os abandonados pela sociedade também abandonados pelas igrejas? Preferimos discutir e, às vezes, até nos agredir pelas preferências de climatização de templos e salas, ou o quanto vamos investir neste ou naquele equipamento de som, do que fazer algo para que os excluídos sejam amparados e ouçam que em Jesus há salvação? Quantos membros têm deixado nossas igrejas simplesmente por divergências em valores que deveriam ser investidos em preferências de quem quer sempre mais e não enxerga a multidão dos que nada têm? Não tem algo errado nisto que chamamos de igreja de Cristo? Não tem algo errado em nós que nos denominamos servos daquele que amou os pecadores e pelos pobres e excluídos deu a vida? Será que Deus ama mais as populações das cidades, e por isso têm “evangelho de sobra”, enquanto as populações do interior têm “evangelho de menos”?

A situação espiritual da população rural de nosso estado é crítica. Segundo dados das organizações missionárias, 1.067.700 piauienses vivem na zona rural, e a maioria destes não tem uma igreja ou um pastor/missionário que posso acudi-los. O que nos falta para entendermos que o Senhor nos mandou convidar para seu reino os que vivem nas aldeias e becos das cidades (Lc 13.22; 14.21)? O que nos falta para entendermos que muito do dinheiro investido em nosso “conforto espiritual” deveria ser direcionado para pregação do evangelho dos que vivem isolados de tudo e de todos? Faltam-nos muitas coisas, mas falta de fato compaixão.

A palavra compaixão aparece muitas vezes no Novo Testamento referindo-se a Jesus. Por exemplo, quando o Senhor viu as multidões que andavam desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor, moveu-se de compaixão e mandou que os discípulos rogassem ao Senhor da seara para mandar trabalhadores, homens de compaixão, para acudir estas multidões (Mt 9.36-38). Era assim que Jesus agia. Ele sentia compaixão pelas pessoas que estavam desgarradas, excluídas e rejeitadas.

A palavra compaixão tem o sentido de mover-se “com paixão” em favor do outro. É uma ação prática. É agir para minorar ou aliviar o sofrimento de outrem. Neste sentido o evangelho é a boa nova de compaixão, pois sua mensagem alivia a dor física, emocional e espiritual. Partilhar o evangelho é exercer compaixão. Todavia esta compaixão fica em xeque quando é dada a uns e a outros não. Que compaixão é esta que permite que uns escolham igrejas, pastores, dias de cultos, etc, e a outros não é dada sequer a oportunidade de ouvir? Que amor é este?

Nestes dias, quando estaremos espalhados nas cidades e vilas de nosso estado partilhando a fé em Cristo Jesus, no projeto TRANS 2013, não fique assistindo de camarote, envolva-se. Mova-se de compaixão pelos que ainda não ouviram de Jesus!

 Pr Gilvan Barbosa

 

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