Um canto para leitura e reflexão

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MAIS UMA IGREJA NO SERTÃO PIAUIENSE

Está chegando a hora! No dia 29/6 chegará a Teresina a equipe de Missionários Voluntários da IMHOPE. No dia 30/6 completaremos o time com os Missionários Voluntários da PIB em Teresina; ainda pela manhã do mesmo dia teremos nosso encontro de treinamento e culto de comissionamento, à noite. No dia 1/7, às 6h, seguiremos para Alagoinha do Piauí.

Alagoinha fica localizada no semiárido piauiense (sudeste), a 379 km de Teresina. Tem uma população de 7.349 habitantes, com 91% de não evangélicos e 8,2% declarada sem religião. A taxa de analfabetismo, para a população acima de 15 anos, é de 44,87%. A igreja em Alagoinha será a quarta igreja que plantaremos na região. A primeira foi em Pio IX do Piauí (2015), a segunda em Alegrete do Piauí (2017) e a terceira em Francisco Macedo (2018).

Local onde funcionará a igreja

Este prédio, no centro da cidade, será o local de funcionamento da igreja e residência do casal de missionários. Há um grande envolvimento de nossa igreja, de igrejas no Estados Unidos da América e de muitos irmãos que apoiam a obra missionária no sertão. Nossa oração e expectativa é que a igreja em Alagoinha seja uma agência de salvação e transformação dos Alagoinenses.

O Pr Rosilnaldo e sua esposa, Sandra (foto), serão os obreiros da igreja em Alagoinha. Eles trabalham com plantação de igrejas há mais de dez anos e estão deixando a igreja que plantaram em Muaná (PA). Deixarão um local de muitas águas para uma região de extrema falta de água. Pedimos suas orações pela adaptação deles neste contexto tão diferente de onde vivem.

Pr Rosinaldo e Sandra

O Impacto Missionário que realizaremos para a plantação da igreja em Alagoinha incluirá: Trabalho com crianças; curso de inglês; atendimento médico e odontológico; corte de cabelo; aferição da pressão arterial; dosagem de glicose; visitação para apresentação do plano de salvação; palestras nas escolas e cultos públicos.

Unidade Odontomédica da PIB em Teresina

Nossa Unidade Odontomédica estará a serviço da população de Alagoinha durante toda a semana do impacto.

EQUIPAR OBREIROS

A Primeira Igreja Batista em Teresina cuida de 18 congregações, a partir de julho deste ano serão 19. Na liderança destas congregações contamos com 13 famílias de missionários. Apenas 2 congregações são em Teresina, todas as outras estão no sertão, em cidades e povoados pequenos e carentes.

Para que nossos missionários cuidem bem da missão recebida, cuidamos bem deles, oferecendo treinamento, encontros de despertamento e cuidado pessoal e familiar.

Durante o ano temos dois momentos de encontro com nossos missionários e, naturalmente, abrimos estes momentos a outros missionários, pastores e líderes. O primeiro momento é em março e o segundo em novembro. O encontro de março ocorreu nos dias 29 a 31. Com o tema “Apenas servos” fomos impactados pelas mensagens bíblicas dos pastores Mike Hall e Dolan Davis.

Mike e Dolan são pastores no Estado do Alabama, EUA, e vieram como preletores do Congresso através de uma parceria que temos com a Missão Internacional da Esperança, IMHOPE, liderada pelo Pr Aias de Souza.

Foi importante para os participantes do Congresso aprender como desenvolver uma mentalidade de servo.

Na noite de sábado (30) apresentamos os missionários da igreja e oramos de joelhos por mais parceiros para obra missionária do sertão. Três de nossas frentes missionárias carecem de parceiros para sustento de seus obreiros: Murici dos Portelas, Pio IX e Alegrete do Piauí. Entendemos que Deus é o Senhor de Missões, por isso não vamos recuar, vamos continuar avançando até a última cidade. Estamos certos que Deus levantará parceiros para o sustento dos que estão no campo.

SEJA UM 100

A Primeira Igreja Batista em Teresina (PIB) procura ser uma igreja missionária. Em 2018 o investimento em missões foi de 50,14% dos dízimos e ofertas regulares.

Entendemos, porém, que missões não se reduz a contribuição financeira. Apesar de o Piauí ser o Estado menos evangélico do Brasil, missões não se restringe ao nosso Estado, o campo é o mundo. E com este pensamento procuramos fazer da PIB em celeiro de missões.

Atualmente a Carla Raquel é nossa missionária Radical, através da Junta de Missões Nacionais (JMN), na comunidade Tupé, nas margens do Rio Negro, no Amazonas. Agora chegou a vez de enviarmos a Keren Hapuque, no “Voluntários Sem Fronteiras”, da Junta de Missões Mundiais (JMM), para a África. A Keren é líder de nosso programa Odontológico, em nossa Unidade Odontomédica. Ela é dentista e está fechando o consultório e pedindo demissão de dois empregos para servir como missionária-dentista por seis meses. O investimento total para este período é de R$ 22.000,00.

Precisamos de parceiros para mais este programa missionário.  Você e sua igreja podem investir nesta ação na África. Precisamos de 100 pessoas/igrejas que assumam um compromisso de R$ 37,00 durante seis meses. Seja um dos 100. Basta depositar sua oferta, ou de sua igreja/instituição na conta: Banco do Brasil, Ag 4249-8, Conta 123249-5, Op 51. Envie o comprovante para prgilvanbarbosa2@pibteresina.com.br. Deus o abençoe!

ESPALHEM CRISTÃOS!

Caminahda de oração 20

O maior desafio da igreja moderna é alcançar o mundo com o evangelho de Cristo. Esta é a ordem do Senhor (Mt 28.19,20). Estamos longe deste alvo, especialmente quando pensamos em lugarejos, povoados e ilhas espalhadas pelo mundo. Não é uma questão apenas de ter Bíblias traduzidas nos vários idiomas, mas de ter crentes espalhados por todos os lugares.

Quando Neemias terminou a construção dos muros de Jerusalém, sua constatação foi: “a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco” (Neemias 7.4). Esta é também nossa constatação em relação à obra missionária: as cidades são largas e grandes e são poucos para “habitá-las com o evangelho de Cristo”. O Senhor Jesus fez a mesma observação: “a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9.37).

Quando a perseguição chegou à igreja de Jerusalém, “os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a Palavra” (At 8.4). Crentes espalhados pelas cidades e países vizinhos foi a chave do crescimento. A questão da grande comissão não é tanto de espalhar Bíblias, mas de espalhar “os Bíblias”, os crentes. Não é uma questão de levar a mensagem, mas levar mensageiros. Uma família cristã em uma cidade ou povoado é a estratégia de Deus. Quando um salvo chega a uma comunidade, ele faz diferença e causa impacto nas vidas das pessoas.

O evangelho é gente salva, ganhando gente, discipulando gente. Evangelho é gente. Evangelho é gente em movimento; é gente indo, pregando, ensinando, salvando, batizando, discipulando, mas é gente. Muitos crentes não gostam desta ideia, porque preferem contribuir para que alguém vá. Muitos querem o evangelho do conforto: eu fico, você vai; eu mando bíblias, folhetos, materiais…, mas fico… não vou… não me envolvo.

Vejo Neemias preocupado com uma cidade vazia de gente para cuidar. Vejo o Senhor Jesus nos mandando ir e ir a todos os lugares. Não o vejo mandando ficar. Não o vejo mandando enviar a Palavra, mas, sim, o pregador da Palavra. Quando alguém foi e os convidados não quiseram aceitar o convite, ele mandou que voltassem e fossem aos becos e valados para encontrar gente que aceitasse o convite. Gente! Gente que obedece e vai. Gente que é encontrado, e obedece e crê. Gente que acha gente.

O evangelho é você! Quem tem que ser espalhado, levado aos quatro cantos do mundo, é você. “O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Quem é nascido do Espírito vive para seguir a direção do Espírito. Por isto mesmo Pedro disse que somos peregrinos e forasteiros nesta terra (I Pe 2.11). Não temos direção, nem paradeiro certo, o Espírito é quem nos guia.

Espelhemos crentes pelas cidades, especialmente nos bairros sem igrejas. Espalhemos crentes pelos povoados. Espalhemo-nos para salvar vidas, enquanto é tempo.

 Pr Gilvan Barbosa

Depoimento: mantendo o foco missionário

Foto Depoimento1

 

Há muitos motivos para a perda do foco missionário da igreja hodierna, mas o principal é a perda do sentido de ser igreja. Neste mundo pós-moderno, mundo da busca da felicidade, do entretenimento desenfreado, a igreja adaptou-se. Perdeu o sentido de “um grupo em missão” para “um grupo em reunião”. Com isto entramos na igreja da “rede”, que existe virtualmente, como muito da vida moderna. Comunicamo-nos por e-mail, redes sociais, mas não convivemos, não dividimos dores, alegrias e sonhos. Passamos a ser estranhos que dizem se conhecer e que se intitulam de irmãos. Quando Jesus fundou sua igreja, Ele o fez para que ela fosse para a Sua glória e esta glória retratada no exercício de uma missão, e esta iniciada por Ele. Somos um povo em missão, e esta é resgatar das trevas e trazer para a luz, aqueles que Deus amou e ama.

Claro que, no mundo de relativismo que vivemos, os conceitos vão também se perdendo, se relativizando. Assim como o conceito de igreja diluiu-se, também o de missões. Só para ilustrar o que estou tentando dizer: ganhamos uma Van para a obra missionária. Estabelecemos como critério básico de uso deste veículo a regra de que ele servirá a obra missionária. Recebemos o telefonema de um líder de um grupo musical solicitando que lhe cedêssemos a Van para o lançamento do CD do grupo em um estado vizinho ao nosso, e a justificativa para o pedido é que isso era missões. Em nosso conceito isto não é missões, pode ser algo acessório, mas não é missões. É incrível como tanta coisa hoje se denomina “missões” e não tem como foco principal partilhar as Boas-Novas da salvação em Cristo!

Entendo que este foco foi perdido quando perdemos o conceito de igreja e de missões. Com isto passamos a pensar mais em nós mesmos, no grupo que se diz igreja, do que naqueles que não são parte do aprisco do Senhor. A maior parte dos recursos financeiros arrecadados pelas igrejas de Cristo está sendo investida no conforto e bem estar das “ovelhas que estão no aprisco”. Por quê? Porque o conceito de igreja voltou-se para dentro e o de missões perdeu o sentido de ir. Preferimos investir milhões em mega templos, onde se reúnem milhares que não se conhecem, que não sabem por que ou para que estão ali, do que pensar nas ovelhas desgarradas, que vagam como quem não tem pastor (de fato não têm).

A parábola do “bom” samaritano nunca foi tão verdadeira! Estamos mais preocupados em não nos contaminarmos do que em estender a mão. Estender a mão e envolver-se com o outro dá trabalho, implica em parar a agenda e meter a mão no bolso para arcar com despesas não orçadas e que não são minhas, nem da minha família. A igreja virtual ou a mega igreja finge resolver este problema, pois me leva a fingir que contribuo, que me importo, mas de fato não envolve meu coração, nem minha alma. É um “me dou à distância”.

Estas perguntas de “como” sempre passam a ideia de que algo se resolve com tantos passos, como algo simples. Este não é um quadro simples de ser revertido, se é que é possível. Mas, creio que podemos começar uma nova caminhada investindo corretamente naqueles que lideram e hão de liderar as igrejas. Estamos formando mais homens do discurso do que das ruas. Estamos fazendo mais homens de comando do que servos. Lemos e discutimos muito sobre líderes servos, mas na prática eles são raros. Como escreveu Waylon Moore “a igreja é o que é seu pastor”, erramos na formação e multiplicamos o erro na visão do ser igreja. Pastores do discurso erguem igrejas do discurso. Pastores das ruas, dos “becos e valados”, erguerão igrejas das ruas, dos “becos e valados”.

Urge também investir em treinamento de liderança, leigos que saibam cuidar e proclamar. Enquanto elitizamos o evangelho, deixando que seja produto de uma classe intelectualizada, a Reforma buscou fazer “o evangelho do povo”. Leigos pregando, evangelizando, partilhando a salvação é a igreja cumprindo seu papel como projetado pelo Senhor.

Precisamos deixar o foco do Velho Testamento, o templo e o sacerdote, para vivenciarmos o foco do Novo testamento, “Cristo em todos”. Cada crente um ministro, cada lar uma igreja.

Estou como pastor da Primeira Igreja Batista em Teresina há cinco anos. Quando chegamos, a igreja havia saído de uma grande divisão. Precisávamos decidir o rumo, o foco a ser seguido. Com tantas necessidades, esta não era uma decisão fácil. Como eu havia escrito uma carta à igreja, antes de aceitar o convite, dizendo de minha visão pessoal de pastor e de igreja, e esta carta foi votada em assembleia, facilitou a definição de nosso foco. “Ser uma igreja agradecida, vibrante e missionária” foi nossa definição de visão. Em um Estado, à época, com 86 cidades sem a presença Batista, sendo o menos evangélico do Brasil, priorizamos abrir igrejas nas cidades sem a presença Batista. A maioria absoluta destas cidades tem menos de cinco mil habitantes e menos de 5% de evangélicos.

Com a definição do foco, passamos a orar e esperar de Deus a indicação para onde iríamos, pois não definimos a área do Estado para nossa atuação. Só para você ter uma ideia, temos uma congregação no extremo sul do Estado, a 703 km de Teresina, e outra a 284 km, no norte do Estado. A última congregação que abrimos, esta a 284 quilômetros de Teresina, foi iniciada em parceria com uma igreja do Maranhão, em setembro do ano passado. Iniciamos aquela congregação, porque recebemos o telefonema da liderança da igreja dizendo que eles tinham uma obreira em formação, que precisava da experiência prática de liderar um trabalho, e eles estavam dispostos a pagar o aluguel de uma casa para início de uma congregação. Perguntaram se aceitávamos cuidar da congregação. Respondemos que sim, desde que fosse dentro do perfil que temos seguido: uma cidade sem a presença Batista. Eles aceitaram. Passamos o desafio a um missionário nosso, que dirige uma congregação naquela região, a 93 Km da cidade alvo. Tudo acertado, alugamos a casa onde a obreira residiria e funcionaria a congregação, marcamos a data de início, levamos uma equipe para um impacto… ali está a congregação com três membros (estes foram ganhos e batizados) e cerca de quinze congregados.

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Cada congregação iniciada tem uma história da ação de Deus. Não estamos indo a uma cidade por causa de crentes de outras igrejas ou porque alguém de nossa igreja mudou-se e não queremos perdê-lo para a igreja da cidade. Estamos indo às cidades sem a presença batista para ganhar pessoas que estão sem Cristo. O plano é simples: oramos, esperamos Deus indicar uma cidade, alugamos uma casa, enviamos uma família para morar na casa, que também se torna o templo (com placa e tudo), apoiamos com ações de impacto, treinamentos e material. Nestes cinco anos foram quinze congregações iniciadas. Também elas não são somente nossas, são da Junta de Missões Nacionais, da Convenção Batista Piauiense, da Convenção Meio Norte do Brasil, da PIB de Vitória, da SIB do Plano Piloto, da Igreja Batista Emanuel, da PIB em Castelo do Piauí, da PIB de Campo Maior (PI), da Igreja Batista Jardim das Oliveiras (DF), da PIB de Gilbués (PI), da Igreja Batista Memorial de Timon (Ma), da Missão Internacional da Esperança (IMHOPE) e de muitos irmãos que contribuem para o sustento desta obra. Há congregações em que alguns batizados são membros de nossa igreja, e outros da igreja parceira.

Deus tem nos abençoado grandemente! Nunca deixamos de entregar o Plano Cooperativo e nunca deixamos de levantar as ofertas missionárias da denominação. Não fazemos isto porque temos dinheiro. Uma igreja com uma média de dízimos de quarenta mil reais não pode fazer missões confiada em recursos financeiros. Priorizamos a obra missionária porque entendemos que é a ordem de Deus para Sua igreja.

Nestes últimos cinco anos construímos 4 templos, reformamos outros dois, compramos 6 terrenos, ganhamos uma Van, mandamos fabricar um consultório dentário sobre rodas (um trailer odontológico), ganhamos 3 motos, estamos reformando o templo da sede e o centro de retiros da igreja. Iniciamos um projeto social e missionário para alcançar as crianças de 4 a 14 anos, a chamada janela 4/14. Hoje atendemos mais de 100 crianças em três de nossas congregações. Nosso alvo é implantar o projeto em todas as nossas congregações. Temos uma equipe de 9 missionários cuidando de 14 congregações, das quais 10 são no interior. Isto significa que algumas congregações já estão se multiplicando, abrindo outras congregações.

O que conselho que dou, dou a mim mesmo:

Não espere recursos para abrir igrejas.

Procure e espere uma determinação de Deus. Obedeça!

Viva a experiência de uma igreja de ministros de Deus que estão envolvidos em uma grande missão, e ministros envolvidos em uma grande missão não têm tempo para os negócios desta vida, apenas procuram agradar àquele que os arregimentou para a missão.

Saia para ganhar almas e compartilhe com a igreja e experiência.

Deixe os novos convertidos compartilharem com a igreja a experiência da salvação em Cristo.

Não tenha medo de avançar. Aquele que deixou toda a glória no céu e desceu à terra em uma missão de resgate não lhe deixará sem recursos e direção.

Quando estiver no conforto de seu templo, estudando ou pregando a Palavra, pense naqueles que não possuem templo, largados, como ovelhas errantes sem pastor, sem Bíblia, sem esperança, escravos do pecado e com destino à perdição eterna. É justo que se destinem à perdição sem ao menos serem avisados? Todo ser humano tem o direito de ouvir o evangelho. E, se Deus deixou toda a sua glória no céu, e experimentou todo tipo de sofrimento para salvar estas vidas, não há sofrimento grande demais para mim ou para você no cumprimento desta missão.

Pr Gilvan Barbosa

Fonte: Depoimento publicado na Revista “A Pátria para Cristo”, no. 264, p. 30-32

 

 

 

 

MISSÕES, HISTÓRIAS QUE INSPIRAM E DESAFIAM

Jesus Transforma 2013

A obra missionária é inspiradora. Tão motivadora que Paulo se dizia devedor a gregos, a bárbaros, a sábios e a ignorantes, e se sentia motivado a levar o evangelho a Roma (Rm 1.14,15). Nestes dias de intensa atividade missionária foi isto que senti: uma tremenda motivação para levar o evangelho aos mais remotos lugares. Tudo por conta de histórias que vi e ouvi, histórias que inspiram e desafiam.  

Uma destas histórias foi a daquela irmã que, não podendo ir como voluntária da TRANS, me procurou dizendo que não tinha condições de participar desta vez, mas que queria dar uma oferta para ajudar. Quando abri o envelope, conhecendo sua situação financeira, percebi que ela estava dando, não uma oferta qualquer, mas uma oferta de amor e sacrifício. No final da TRANS, quando oferecemos um churrasco a um grupo de voluntários, lá estava ela na cozinha: “pastor, não pude participar do início, mas aqui estou para participar do final”.

E o que dizer da irmã Anália Gomes? Setenta e um anos, transplantada de rim, saiu de São Paulo para participar de um projeto missionário em São Félix do Piauí. Logo nos primeiros dias, ao sair de uma casa, após partilhar o evangelho com a família, tropeçou, caiu e quebrou o fêmur. Foi uma semana peregrinando nos hospitais de Teresina até ser operada. Três dias foram em cima de uma maca, no corredor do Hospital de Urgência. A irmã Anália nunca se deu por vencida. Deixou de falar de Cristo no sertão e passou a fazê-lo nos corredores e enfermarias, quando alguém se aproximava de seu leito. Seu canto ecoou pelos hospitais e abençoou vidas.

Quatro de nossos adolescentes foram à TRANS, levados pelos pais para ficar um dia. Eles ficaram as duas semanas! Celebram no culto da vitória e depois pediram para voltar ao campo missionário para discipular os novos convertidos. Sem nenhuma experiência anterior em operação missionária eles testemunharam, realizaram estudos bíblicos, cuidaram de novos convertidos, dedicaram todo o período de férias à obra missionária.

Também teve aquele procurador federal, servo de Deus, que este ano decidiu com os filhos substituir as férias no exterior pelo sertão, para falar de Jesus. Férias diferentes! No lugar do conforto de um hotel de luxo, o chão de uma escola pública; no lugar de comida requintada, comida na fila feita por mãos simples de servas tementes e fiéis a Deus; no lugar de carro alugado, ou táxi, pés no chão poeirento do sertão. O que foi melhor? Vidas salvas, transformadas e transbordando de alegria!

Encontrei também aquela ex-famosa da televisão, que diferente daqueles que vivem testemunhando de igreja em igreja, de show gospel, em show gospel, elogiando seu passado, dizendo-se ex-isso, ex-aquilo, preferiu o silêncio sobre o passado, e ir para o sertão, de casa em casa, falar de quem é em Cristo. A aparência oculta pelas roupas, um óculos escuro e um boné. O desejo não é ser reconhecido, mas fazer conhecido o Cristo, que na cruz morreu e ressuscitou.

“E que mais direi? Pois me faltará tempo, se eu contar de…” jovens americanos que nunca haviam partilhado Jesus com alguém e saíram para fazê-lo no sertão piauiense, e retornaram impactados pelo poder do Senhor; capixabas, paulistas, baianos, cariocas… “os quais por meio da fé…praticaram a justiça…da fraqueza fizeram forças…” (Hb 11.32-34) e deixaram o Piauí impactado pelo evangelho, que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). ALELUIA!

Pr Gilvan Barbosa

QUEM TERÁ COMPAIXÃO?

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Nesta quinta-feira, 27/6, enquanto viajava para Santa Cruz dos Milagres, Hugo Napoleão e Santo Antonio dos Milagres, a fim de levar gêneros alimentícios e outros equipamentos para apoio à TRANS, não pude deixar de pensar em situações como esta da foto, e de indagar sobre nossa responsabilidade cristã. O pai chega a casa com o pequeno filho nos braços, em uma situação de extrema pobreza e isolamento. Aqui se alguém adoece precisa contar com a bondade de outro que passe de carro para conduzi-lo à cidade mais próxima. Escola? Que escola?! Passeio no shopping… O que é isso? Assisti um culto na igreja… Que igreja? É assim que vivem, segundo dados estatísticos, 34% dos piauienses. QUEM TERÁ COMPAIXÃO?

Aglomeramo-nos em mega templos nas cidades, investimos em seminários e cursos, montando estratégias para atrair mais gente, e os excluídos da sociedade ficam excluídos das igrejas e morrem sem esperança de salvação. Quem irá até eles? Quem investirá para que alguém saia de aldeia em aldeia, de povoado em povoado levando o evangelho, como fazia nosso Salvador (Mt 9.35; Mc 6.6)? Não nos move o coração ver os abandonados pela sociedade também abandonados pelas igrejas? Preferimos discutir e, às vezes, até nos agredir pelas preferências de climatização de templos e salas, ou o quanto vamos investir neste ou naquele equipamento de som, do que fazer algo para que os excluídos sejam amparados e ouçam que em Jesus há salvação? Quantos membros têm deixado nossas igrejas simplesmente por divergências em valores que deveriam ser investidos em preferências de quem quer sempre mais e não enxerga a multidão dos que nada têm? Não tem algo errado nisto que chamamos de igreja de Cristo? Não tem algo errado em nós que nos denominamos servos daquele que amou os pecadores e pelos pobres e excluídos deu a vida? Será que Deus ama mais as populações das cidades, e por isso têm “evangelho de sobra”, enquanto as populações do interior têm “evangelho de menos”?

A situação espiritual da população rural de nosso estado é crítica. Segundo dados das organizações missionárias, 1.067.700 piauienses vivem na zona rural, e a maioria destes não tem uma igreja ou um pastor/missionário que posso acudi-los. O que nos falta para entendermos que o Senhor nos mandou convidar para seu reino os que vivem nas aldeias e becos das cidades (Lc 13.22; 14.21)? O que nos falta para entendermos que muito do dinheiro investido em nosso “conforto espiritual” deveria ser direcionado para pregação do evangelho dos que vivem isolados de tudo e de todos? Faltam-nos muitas coisas, mas falta de fato compaixão.

A palavra compaixão aparece muitas vezes no Novo Testamento referindo-se a Jesus. Por exemplo, quando o Senhor viu as multidões que andavam desgarradas e errantes, como ovelhas sem pastor, moveu-se de compaixão e mandou que os discípulos rogassem ao Senhor da seara para mandar trabalhadores, homens de compaixão, para acudir estas multidões (Mt 9.36-38). Era assim que Jesus agia. Ele sentia compaixão pelas pessoas que estavam desgarradas, excluídas e rejeitadas.

A palavra compaixão tem o sentido de mover-se “com paixão” em favor do outro. É uma ação prática. É agir para minorar ou aliviar o sofrimento de outrem. Neste sentido o evangelho é a boa nova de compaixão, pois sua mensagem alivia a dor física, emocional e espiritual. Partilhar o evangelho é exercer compaixão. Todavia esta compaixão fica em xeque quando é dada a uns e a outros não. Que compaixão é esta que permite que uns escolham igrejas, pastores, dias de cultos, etc, e a outros não é dada sequer a oportunidade de ouvir? Que amor é este?

Nestes dias, quando estaremos espalhados nas cidades e vilas de nosso estado partilhando a fé em Cristo Jesus, no projeto TRANS 2013, não fique assistindo de camarote, envolva-se. Mova-se de compaixão pelos que ainda não ouviram de Jesus!

 Pr Gilvan Barbosa

 

VEM PRA RUA

Vem pra rua

Movidos pelo refrão de uma canção popular, criada como trilha sonora para propaganda de uma montadora, que diz: “vem pra rua, porque a rua é a maior arquibancada do Brasil”, em uma referência direta aos campos de futebol, milhares de brasileiros foram às ruas, em todas as capitais e em várias cidades, para protestar contra a corrupção, a falta de educação, saúde e segurança na sociedade brasileira. O interessante é que estes movimentos estão acontecendo sem bandeira partidária política. Em algumas situações houve quebra-quebra e vandalismo, mas no geral tem sido um protesto legítimo e pacífico de um povo que se sente enganado por uma classe política que parece não ver limites em suas decisões. Ao ver tudo isto acontecendo, lembrei o pedido de oração: “Que o Brasil seja livre da corrupção e o Piauí da idolatria”, que figura na lista de oração de nossa igreja desde o início do ano. Não tive como não me perguntar: será o início da resposta de Deus às nossas orações?

A corrupção é um vírus em nosso país. E a falta caráter dos que lidam com a coisa pública, bem como uma total ausência de definição do que seja prioritário para o bem estar social, são brechas para que este vírus se espalhe. Há uma verdadeira inversão de valores e a aplicação da máxima antiga: “dê ao povo pão e circo”. Estima-se, por exemplo, que os gastos com os doze estádios da copa ultrapassem 8,5 bilhões de reais. Só o estádio Mané Garrincha, em Brasília, tem um gasto estimado em 1,2 bilhões de reais, tornando-se um dos estádios mais caros na história das copas do mundo. O custo total da copa 2014 será algo em torno de 28 bilhões de reais. Ora, tanto dinheiro empregado em obras que serão utilizadas pouquíssimas vezes, em um país deficiente em saúde, educação, segurança, e onde um trabalhador ganha R$ 678,00 por mês, é ou não é uma completa inversão de valores? Isto é ou não é um ato de tremenda injustiça social? Aqui cabe bem a palavra do Senhor através do profeta Isaías: “Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Is 1.16,17).

Assim como o povo brasileiro tem sido conclamado a ir às ruas protestar contra as mazelas sociais, nós também temos conclamado nosso povo, não só a ir às ruas neste protesto de civilidade, mas também a proclamar que só Jesus transforma. Estamos às portas da Mega Operação “Jesus Transforma”, a Trans 2013. Milhares de brasileiros estarão chegando a nossa terra para proclamar o evangelho de Cristo. Esta é a mobilização mais importante, da qual você não pode ficar de fora. O evangelho proclamado trará salvação, fará de homens carnais, homens espirituais, de homens impuros, homens puros, de homens injustos, homens justos. Mais importante do que ir às ruas por um Brasil melhor, é ir às ruas pelo evangelho de Cristo. “Ide, fazei discípulos”, é a ordem de Jesus. Vem pra rua, porque a rua é o maior campo missionário da igreja.

Pr Gilvan Barbosa

MISSÕES E A IGREJA SEM TETO

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Quando vi a foto de nossa congregação em Caraúbas, em culto, no último domingo à noite (25/11), com o templo sem teto, por conta da reforma, pensei: -igreja sem teto, precisamos disso. Talvez você me diga: -pastor, ficou maluco? –Não, fiquei não, posso lhe responder. Raciocine comigo. Temos o Estados menos evangélico do Brasil, com igrejas pequenas e fracas, e quase sempre estamos atribuindo isto a falta de recursos, falta de obreiros, povo idólatra, etc. Moral: culpamos os outros, quando a culpa é nossa. Pior: a culpa está no teto. Explico:

 Como igreja, perdemos a visão do céu, limitamos nossos olhos ao telhado, ao teto do templo. Deixamos de amar o céu e de desejar que outros se destinem a ele. Nossa visão ficou atrofiada, só enxergamos perto. A Bíblia nos aconselha a pensar nas coisas do alto (Cl 3.2), mas nos concentramos nas de baixo. Nossos sonhos deixaram de ser divinos para serem humanos.  Temos um Deus de milagres, mas não esperamos que eles aconteçam.

 O triste e trágico é que o teto limitou nossas orações. Sem fé, sem ardor no coração elas não chegam ao trono da graça, param no teto. Oramos por hábito, por cortesia, mas não como quem deseja abalar o céu e fazer tremer a terra (At. 4.31). Talvez um templo sem teto nos fizesse orar com mais fervor e desejar tocar o céu com nossas súplicas.

 Não, não creio que nossas igrejas são pequenas porque o povo tem o coração duro. Não, não creio que nosso Estado é o menos evangélico porque nos faltam recursos. Não, não creio que a falta de obreiros é porque eles não existam. Não, não creio que nosso povo não contribua para a obra porque é pobre. Não creio. Creio sim, que o povo é duro porque não oramos para que Deus lhe quebre o coração. Creio sim, que somos o Estado menos evangélico porque não oramos incessantemente pedindo a salvação de nossa gente, suplicando a Deus para que o Espírito produza arrependimento em seus corações. Creio que nosso povo é pobre porque não experimentou as riquezas de Deus. Creio sim que a dureza não é dos perdidos, mas dos salvos. Somos duros para orar e para crê que Deus ainda age e transforma.

 Nunca seremos diferentes do que somos sem oração. Nunca alcançaremos este Estado sem intercessão.

 Precisamos sair da limitação do teto. Se não fôssemos limitados pelo teto mais orações seriam respondidas e nossos sonhos seriam mais largos e altos. Quer uma ideia? Saia do templo, deixe de olhar o teto e olhe o céu.

Pr. Gilvan Barbosa Sobrinho

AVANÇAR É PRECISO

As 57 cidades sem a presença Batista

Quando Moisés libertou o povo de Israel do Egito, e quando se detiveram diante do Mar Vermelho, e o exército egípcio se aproximava, a ordem do Senhor foi: “dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14.15). Apesar da reclamação do povo, do medo de morrer nas mãos do exército que se aproximava, a ordem era para avançar. O mar não era impedimento. Na caminhada de libertação não era possível recuar, nem ficar parado. Avançar era preciso.

Nossa caminhada de libertação continua. Olhando a trajetória para plantar uma congregação em cada cidade do Piauí, em agosto de 2010, quando fizemos o mapeamento do Estado, eram 80 cidades não alcançadas. Hoje, dois anos depois, são apenas 57. Avançamos muito! Todavia, não dá para ficar parado contemplando o avanço. Também não é possível recuar, mesmo que o mar à frente pareça impossível de atravessar. A ordem é inequívoca: “dize aos filhos de Israel que marchem”. Deus tem se mostrado presente para que não haja dúvidas que a ordem é Dele. Quer ver como? Explica, como foi possível alcançar 23 cidades em dois anos? Se isto ocorreu é porque Deus nos deu as condições e abriu as portas. Humanamente não faríamos isto. Em nosso caso pessoal, da PIB, em pouco mais de três anos entramos em 7 cidades, construímos templos em duas e estamos reformando de mais uma. Com as condições econômicas que temos isto seria impossível, não fosse o suprimento do Senhor. Deus está conosco e está mostrando de forma indubitável!

Depois da construção do templo em Nazaré e do impacto evangelístico que fizemos na cidade, dos dias 11 a 17 de agosto passado, voltamos os olhares para Santa Cruz dos Milagres, onde iniciamos a Congregação há pouco mais de dois meses. Visitamos a cidade para estudar uma estratégia de ação. Na equipe de visitação estavam: Pr Gilvan Barbosa, Pr Aías de Souza, Pr Alben Gaston, David Paulo e Roberval Nascimento. Fomos à Prefeitura, aos locais de atividades religiosas e à nossa Congregação. Discutimos muitas possibilidades de ação. Há uma expectativa de participação direta da Missão Internacional da Esperança (IMHOPE) e da Semmes First Baptist Church. Ore para que o Senhor nos direcione na concretização das parcerias e para que nos dê sabedoria e discernimento para sabermos que estratégias usar para libertação daquela população da idolatria.

Que desafios são percebidos em Santa Cruz dos Milagres? Primeiro, os que vivem na cidade, uma população de 3.334 habitantes, cuja existência social e econômico-financeira gira em torno da religiosidade. Segundo, a população flutuante, isto é, aqueles que ali passam anualmente, indo de várias cidades do Estado, bem como do Maranhão e Ceará. Alcançados pelo evangelho serão como os dispersos que “iam por toda parte, anunciando a Palavra” (At. 8.4). Terceiro, as cidades da circunvizinhança sem a presença Batista, como Aroazes (6.025 habitantes), Beneditinos (9.860 habitantes), Prata (3.117 habitantes), São Felix (3.397 habitantes) e São Miguel da Baixa Grande (2.030 habitantes). Todos estes desafios juntos podem nos parecer um mar intransponível, mas a ordem continua: “dize ao povo que marche”. O Projeto Extreme Impacto está arregimentando jovens para um mutirão de evangelização, em Santa Cruz, de 11 a 14 de setembro. Queremos ver nossa juventude envolvida neste projeto. Já conseguimos recursos para a inscrição de três pessoas, e podemos fazer mais. Nossa Congregação será a base de apoio ao projeto. Vamos marchar!

Avançar é preciso, recuar, jamais!

Pr. Gilvan Barbosa Sobrinho

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